sábado, 19 de novembro de 2011

clubes contam com liberação de álcool em estadio

 

Clubes contam com liberação de álcool em estádios

futebol_e_cervejaA ideia é que o torcedor chegue mais cedo aos jogos e saia mais tardeCom a provável liberação de bebidas alcoólicas para jogos da Copa-2014, clubes veem como natural a extensão da permissão após o evento. Avaliam que governos e a CBF não terão como retomar a proibição depois do Mundial. Quatro de cinco dirigentes ouvidos pela Folha falam em iniciar movimento para também poder vender cerveja.
A motivação é econômica. Estudos dos clubes mostram que a comercialização da bebida teria impacto significativo na renda de suas arenas.
A proibição de álcool em estádios ocorreu em 2008 em acordo entre a CBF e o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais para reduzir a violência nas arenas do país. É ratificado por leis estaduais, como a de São Paulo.
"A partir do momento em que for liberado para a Copa, vai ficar complicado restringir depois. Vai ser muita cara de pau. Com base em que vão fazer a exceção?", disse Rogério Dezembro, responsável da WTorre na Arena Palestra, futura casa do Palmeiras.
O dirigente disse ter estudo que mostra impacto "razoável" do álcool na receita.
É o que reforça o Corinthians sobre a renda de seu novo estádio, em Itaquera, sede da abertura do Mundial. "Temos dois estudos de estimativa de ganho com alimentação e bebida no estádio: um com cerveja e outro sem cerveja. A diferença é de algo entre 20% e 30%", explicou o gerente de marketing corintiano, Caio Campos.
Além da receita, o álcool facilita a manutenção do público no estádio, aumentando o consumo de outros itens.
Isso se aplica especialmente às arenas em construção que terão camarotes, restaurantes e bares. A ideia é que o torcedor chegue mais cedo aos jogos e saia mais tarde. "Visitamos estádios do mundo inteiro. Em quase todos eles, a bebida é permitida", disse Eduardo Antonini, presidente da Grêmio Empreendimentos, responsável pela nova arena do time gaúcho.
O conselho de procuradores, no entanto, é contrário à demanda dos clubes. Admite uma brecha só no Mundial. "Na Copa, com raríssimas exceções, há um clima de confraternização", disse Cláudio Lopes, presidente do conselho. "Nos jogos daqui, há clima de guerrilha, pela rivalidade entre torcidas".
Segundo Lopes, o conselho tem números que mostram a redução da violência nos estádios sem álcool. Clubes argumentam que torcedores entram alcoolizados por beberem do lado de fora.
"Esse dinheiro não reverte para o clube. É limitação que não atende à segurança", contou José Mansur, assessor da presidência do São Paulo.
Relator da Lei Geral da Copa, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) não quis falar sobre o assunto. Ele está no centro da discussão, reaberta, mas que agora envolve álcool e dinheiro em volumes nunca vistos anteriormente no futebol brasileiro.

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