O mateiro e o Manejo Florestal |
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19-Nov-2011 | |
O Identificador Florestal (mateiro) trabalha diretamente com o Manejo Florestal. O Manejo Florestal é um conjunto de técnicas que visa explorar a floresta de forma sustentável, com um corte de árvores que cause o menor impacto possível na natureza. No manejo a porção da floresta de onde as árvores serão extraídas é dividida em vários pedaços, de acordo com o tamanho da área, e estes pedaços são explorados por um ano, no máximo. Depois da primeira retirada de madeira a área deve permanecer intacta por 25 anos, para que possa se regenerar naturalmente. A retirada das árvores é coordenada por engenheiros florestais e identificadores botânicos, através do plano de manejo. São os identificadores florestais que identificam as árvores que podem ser retiradas e em quais áreas. Eles identificam também, locais que não devem ser explorados de nenhuma maneira: que são refúgios de animais ou que possuem espécies raras, como o mogno e a castanheira. Por exemplo: somente as árvores que já completaram todo o ciclo de vida e já geraram descendentes podem ser retiradas, é necessário também que se deixe na floresta muitas árvores de grande porte para que funcionem como matrizes para a regeneração. Dessa forma, o trabalho do mateiro é indispensável para viabilizar os planos de manejo, que almejam um desenvolvimento sustentável. O objetivo do curso, portanto, foi aumentar o valor e a eficiência desses planos em florestas particulares e comunitárias. O cursoA turma formada na última quinta (17) iniciou o processo de ensino-aprendizagem no dia 1º de maio deste ano. Foram quatro módulos ministrados na Escola da Floresta Roberval Cardoso e períodos de estágios intercalados, viabilizados pela própria escola, totalizando 420 horas/aula. Durante o curso os identificadores florestais se habilitaram para atuar nos mais diversos âmbitos ligados à conservação da floresta: na geração de conhecimento sobre a flora regional; em pesquisa, difusão de conhecimento e em empreendimentos florestais (empresas, associações, propriedades produtivas etc.); no inventário florístico e florestal; prestar serviços de coleta, herborização, providenciar determinação botânica das espécies manejadas; assessorar engenheiros florestais e ambientais, agrônomos, biólogos, e demais profissionais ligados ao manejo florestal; atuar em instituições públicas e privadas de pesquisa, agropecuárias, florestais, agroflorestais, proteção ambiental, ensino, assistência técnica, extensão rural e turismo. A execução desse curso se deveu à grande necessidade de profissionais que possibilitem um manejo florestal eficiente na região amazônica, pois, apesar de a exploração através de manejo ser obrigatória por lei, ela ainda é realizada de forma incipiente, o que pode decorrer, entre outros motivos, da falta de profissionais que viabilizem sua realização. Segundo André Gomes, representante da FUNTAC e Gerente de Manejo Florestal “Precisamos de muitos profissionais desta área no estado. Com certeza os profissionais formados pelo IDM serão muito úteis para facilitar a implantação efetiva do desenvolvimento sustentável no Acre”. Elinete Maria Batista da Costa, profissional certificada como identificadora florestal pelo IDM conta: “O curso foi muito importante para mim, aprimorei muito meus conhecimentos. Inclusive na semana que vem devo mudar para Feijó, porque consegui lá um trabalho, através da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (SEAPROF). É um contrato de três anos e eu estou bem feliz”. “O maior desafio para nós é expandirmos o curso, pois infelizmente, nem todo local tem um órgão como o Instituto Dom Moacyr que acredita nessas iniciativas. Nós acreditamos que podemos mudar e melhorar o inventário florestal. Queremos propagar esse curso na Amazônia inteira. Após o curso para mateiros, pretendemos concentrar esforços em influenciar os requerimentos para manejo na Amazônia a nível nacional”, revela Douglas Daly, do Jardim Botânico de Nova York. Segundo Renato Oliveira, coordenador do Curso de Identificador Florestal pela Escola da Floresta Roberval Cardoso, o próximo passo será a expansão desse curso para a região da Bacia de Rondônia. O curso está previsto para iniciar em janeiro do ano que vem. |
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