quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Exploração da fibra de piaçava acreana

Uma das espécies de piaçava nativas do Brasil é cultivada apenas no Acre. A Aphandra Natalia que cresce no Vale do Juruá, as margens dos rios Juruá e Moa. Essa variedade não possui cadeia de exploração estruturada o que dificulta sua utilização em maior escala e sua comercialização no que diz respeito, principalmente, a exportação. No Acre, a exploração da fibra de piaçava é realizada por seringueiros, ribeirinhos e indígenas. As fibras extraídas são utilizadas na confecção de vassouras que são comercializadas no mercado da cidade de Cruzeiro do Sul. O estado acreano não tem atividades significativas direcionadas para exportação da piaçava. Estima-se que a abertura permanente da BR-364 possa impulsionar essa atividade, que tem grande importância em âmbito nacional. Em 2009, segundo o IBGE, a produção nacional de fibras de piaçava foi de 72,2 mil toneladas. Isto equivale a R$110,3 milhões e posiciona a atividade como a terceira mais importante dentre os produtos extrativistas vegetais não madeireiros do país, atrás da exploração dos frutos do açaí e do babaçu. O estado da Bahia é o maior produtor de piaçava do país, com cerca de 97% da produção nacional. O isolamento das regiões produtoras do Vale do Juruá é, provavelmente, um fator que dificulta uma maior comercialização e utilização da piaçava acreana. A forma de extração da fibra é outro fator que preocupa no que tange ao desenvolvimento da atividade. A espécie acreana é uma palmeira cujo tronco pode atingir, quando adulta, mais de 10 m de altura. As fibras são extraídas das folhas, que se desenvolvem na extremidade do tronco. Por esta razão os extrativistas do vale do Juruá tendem a explorar de forma mais intensa as plantas de pequeno porte. Na medida em que elas crescem e a dificuldade de subir nos troncos aumenta, a exploração das árvores maiores é abandonada. Infelizmente muitos extrativistas derrubam as palmeiras mais velhas para extrair as fibras. Uma atitude inaceitável que tem graves consequências para o futuro.

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