domingo, 8 de janeiro de 2012

Declaração de Mercadante irrita governo Dilma

Brasília. Integrantes do Palácio do Planalto reprovaram as declarações do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, sobre sua ida para o Ministério da Educação, tema ainda tratado reservadamente pelo governo. Durante entrevista a um programa estatal, ele afirmou ser "possível" sua nomeação para o cargo. Mercadante foi chamado pela presidente Dilma Rousseff no mês passado para assumir a vaga de Fernando Haddad. O convite, porém, ainda não havia sido oficializado até agora por decisão do próprio Palácio. O objetivo da reserva era evitar que um anúncio antecipado criasse uma situação delicada de ter dois ministros da Educação atuando ao mesmo tempo. Haddad é o candidato do PT para disputar a Prefeitura de São Paulo neste ano. Em seu ministério, a frase do futuro chefe também causou incômodo. Possível Durante entrevista no programa "Bom Dia Ministro", Mercadante afirmou, ao ser questionado, ser "possível" sua nomeação no MEC. "Eu prometo que, se isso acontecer, e é possível que aconteça, eu estarei aqui à disposição e nós poderemos discutir a pasta da Educação." Ele ressalvou, porém, que a decisão cabia à presidente da República. Depois, entretanto, passou a discorrer sobre os desafios do ensino público no Brasil e sobre a necessidade de avanços na área. Para representantes do governo, o ministro praticamente se "autonomeou" ao posto. Alguns chegaram a se lembrar do episódio em que o governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou a escolha por Dilma de um assessor seu para ser ministro da Saúde. O problema é que ele fez isso antes da presidente. Resultado: Cabral perdeu a chance de indicar um nome seu para a Esplanada. Internamente, ninguém diz que Aloizio Mercadante corre o mesmo risco, mas dão um conselho: "É melhor não facilitar". Sua posse no MEC está prevista para ocorrer nos próximos dias. Dilma costuma elogiar a breve gestão de Mercadante na Ciência e Tecnologia, afirmando que ele deu uma dimensão maior à pasta e o aplaudia por não interferir em outras áreas comandas por colegas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário