sexta-feira, 6 de abril de 2012

O DIA QUE NÃO CHEGOU Dia 7 de abril comemora-se o Dia Mundial da Saúde, criado em 1948 pela Organização Mundial da Saúde. Festejar esse dia no Brasil é uma piada de mau gosto


O DIA QUE NÃO CHEGOU

Dia 7 de abril comemora-se o Dia Mundial da Saúde, criado em 1948 pela Organização Mundial da Saúde. Festejar esse dia no Brasil é uma piada de mau gosto. É uma ofensa àqueles que sofrem nas longas filas das unidades de saúde pública e, quando atendidos e necessitam de internação, por vezes não recebem tratamento digno de um ser humano.

Em nosso país saúde só é prioridade no discurso político. Atingido os objetivos eleitorais, tudo volta ser como antes ou até pior do que achávamos que não poderia piorar.

Que o problema é complexo, isso não tenhamos dúvida que é. Torna-se ainda mais complicado devido a práticas maléficas que lhe são agregadas. Uma delas é a burocracia. A rapidez com que ocorrem os fatos danosos à saúde não é acompanhada, nem de longe, pela lerdeza da máquina pública para resolvê-lo. Muita gente competente, cheia de boas ideias, com o entusiasmo à flor da pele, teve essas virtudes enfraquecidas pelo desânimo diante desses entraves. Frustrados, jogaram a toalha e saíram com a injusta pecha de incompetentes.

Saúde é algo sério demais para depender de trâmites que engessam em demasia ações resolutivas para o setor. E não se diga que esses obstáculos servem para conter a ação de corruptos. Se burocracia fosse remédio para corrupção nosso país já teria sido curado disso há muito tempo. Os exemplos estão aí para colocar essa assertiva no rol das incontestáveis.

Está mais do que na hora de os legisladores repensarem as questões de assistência à saúde de um modo diferenciado, com o enfoque pragmático necessário para que as soluções possam acontecer com maior rapidez. O tempo, todos sabem, é absolutamente fundamental quando se trata de extinguir ou minimizar o sofrimento humano e preservar a vida. Em situações de urgência, segundos podem fazer a diferença entre o viver e o morrer. Desburocratizar a saúde é literalmente vital. Por que ainda não se fez isso?! Quanto sofrimento será preciso mais; quantos mais devem morrer para que essa elementar decisão seja tomada? Quantos?! 

Todos os dias, principalmente para os menos favorecidos que perderam a saúde, têm sido dias da doença. Não devemos aceitar pacificamente que essa situação perdure. Decididamente, não! Muita gente já sofreu além da conta; e tantos já partiram antes de sua hora. Sabemos que é enorme o desafio para qualquer um que queira enfrentar o problema com propósito de resolvê-lo. Os poderes constituídos, os profissionais da área de saúde e a população em geral, cada qual contextualizado às suas possibilidades, devem envidar ações competentes e bem intencionadas para que esse cenário desolador mude.

Para que isso aconteça, precisamos começar uma caminhada diferente, com passos firmes, motivados pelo inabalável dever humanitário de atingir um patamar aceitável de salubridade para todos, melhorando-lhes a qualidade de vida. Só assim poderemos festejar o Dia Mundial da Saúde. Enquanto isso não acontecer, resta aos menos favorecidos esem alternativas de assistência (a maior parte da população) sofrer, gemer, pedir ajuda, ou morrer.

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