domingo, 15 de abril de 2012

EXCLUSIVO: ARRUDA ABRE AS COMPORTAS DE CORUMBÁ IV


Às 8 horas e 20 minutos da manhã do dia 14 de março de 2012, o processo do maior escândalo político do Distrito Federal aumentava de volume com a participação do principal personagem dessa história: o ex-governador José Roberto Arruda. Foi num depoimento de 3h 14 min, gravado em áudio e vídeo, no Ministério Público Federal, aos cuidados de Ronaldo Albo, que o processo da Caixa de Pandora ganhou novos rumos e revelou novos personagens neste enredo, que ocupam o alto escalão da República.

Arruda foi preso, em flagrante, em janeiro de 2010, tentando corromper o jornalista Edson Sombra, testemunha no processo. A autorização para a prisão do então governador correu em ritmo meteórico no Superior Tribunal de Justiça. Alí, já se percebiam as digitais do Palácio do Planalto tentando amordaçar Arruda. Na ocasião, o ex-governador ameaçava divulgar nomes que entrariam na Caixa de Pandora e alcançariam até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A procuradora Raquel Dodge recusou-se a colher o depoimento de Arruda por conta deste assunto. A bomba era a usina hidrelétrica Corumbá IV capaz de revelar o envolvimento de José Dirceu, Gilberto Carvalho secretário especial da Presidência da República, o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), Marcos de Almeida Castro, suplente do senador Gim Argelo, o ex-governador Joaquim Roriz e outras 17 pessoas com menos expressão política.

José Roberto Arruda, paralelamente ao seu depoimento, no final do mês passado, entregou ao MP uma pasta com documentos que comprometem meio mundo no DF e em Goiás. O ex-governador tentou prestar este depoimento várias vezes, mas a procuradora Raquel Dodge não queria colocar na Caixa de Pandora altos figurões da República, porque isto dificultaria a denúncia, que seria ralentada.
Passados dois anos, o procurador Alexandre Camanho, amigo de Arruda, conseguiu junto ao procurador Geral Roberto Gurgel que ex-governador finalmente prestasse o depoimento ao promotor criminal Ronaldo Albo.
 
Na construção de Corumbá IV foi feito um consorcio onde empresas de grande porte inicialmente faziam parceria com a CEB. Posteriormente foram substituídas por outras que, segundo Arruda, abasteceram os bolsos de José Dirceu, Gilberto Carvalho, Marconi Perillo, Marcos de Almeida Castro, Joaquim Roriz e outras 17 pessoas com menos expressão política.
 
 
Com isso tudo, Arruda vai ganhar alguns anos neste processo. A maioria dos envolvidos, terão que prestar depoimento e tem foro privilegiado. Com isso, a Caixa de Pandora continuará aberta revelando lentamente todas as mazelas praticadas pelos personagens ilustres e outros nem tanto desta nossa República.

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