Adepto de frases de efeito, o senador Aécio Neves concebeu mais uma, sexta-feira passada, durante o congresso da juventude tucana na cidade de Goiânia. É preciso “refundar” o PSDB e “confrontar” os oito anos de governo de Lula com igual período de FHC, disse o neto de Tancredo, que hoje controla a “máquina” por meio de Sérgio Guerra (presidente), Rodrigo de Castro (secretário-geral), Bruno Araújo (líder na Câmara) e Tasso Jereissati (presidente do Instituto Teotônio Vilela).
O senador não explica, entretanto, o que entende por “refundação”. Seria, por exemplo, excluir de vez o ex-governador José Serra dos quadros do partido depois de ter negado a ele a presidência do ITV? Ou seria ressuscitar o “legado” do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que o próprio Aécio fez questão de manter afastado de sua campanha para o Senado, em 2010? Isso é o que precisa ficar claro já que tucano nenhum saiu de Goiás sabendo exatamente o que é “refundar” o PSDB.
Se algo está ficando claro nesse jogo, em que Aécio exclui cada vez mais o ex-governador de São Paulo do raio de influência do partido, é a candidatura do senador à sucessão de Dilma Rousseff em 2014. Mas como Serra é frio, racional, calculista e vingativo, e quem tiver dúvidas sobre isto pergunte ao presidente Sérgio Guerra, vai dar-lhe o troco naquelas eleições. Talvez a “refundação” tenha início ali.
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