terça-feira, 13 de dezembro de 2011

veja que absurdo? Dilma diz considerar 'estranho' Pimentel ter de explicar 'vida privada'

Nesta terça, comissão do Senado rejeitou convite para ministro depor.
Reportagens mostram que Pimentel recebeu R$ 2 milhões em consultorias.



O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, ao lado da presidente Dilma Rousseff em cerimônia em Porto Alegre (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro,
ao lado da presidente Dilma Rousseff em cerimônia
em Porto Alegre (Foto: Roberto Stuckert Filho /
Presidência)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (13), em Porto Alegre, considerar "estranho" que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, dê explicações sobre sua "vida privada, a vida pessoal passada". O ministro foi apontado por supostas irregularidades em consultorias prestadas entre 2009 e 2010.
Perguntada se o ministro não deveria ir ao Congresso explicar as denúncias, a presidente falou sobre o assunto pela primeira vez: “O governo não acha nada. O governo só acha o seguinte: é estranho que o ministro preste satisfações no Congresso da vida privada, da vida pessoal passada dele. Se ele achar que deve ir, ele pode ir, se ele achar que não deve ir, ele não vá. Agora, sobre assuntos do governo é obrigado a ir.”
Nesta terça, senadores governistas barraram convite para Pimentel ir à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Controle do Senado explicar as denúncias.

Reportagens do jornal "O Globo" publicadas no início do mês mostraram que Pimentel recebeu R$ 2 milhões com sua empresa de consultoria depois de deixar a prefeitura de Belo Horizonte e antes de assumir o ministério.
Em nota, o ministério afirmou que Fernando Pimentel deixou a empresa no fim do ano passado e afirma que todas as informações sobre a consultoria foram repassadas à Comissão de Ética Pública da Presidência.
Convite barrado
Senadores da base aliada se pronunciaram contra o convite. A exceção foi o senador Ivo Cassol (PP-RO), que defendeu a presença de Pimentel. "Sou da base, mas ministro que tem medo de vir numa comissão não pode ser ministro. Não tem nada o que esconder. Essa comissão aqui não é um cemitério e não enterra ninguém", disse.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, listou motivos que justificariam a rejeição do requerimento. Ele afirmou que o ministro explicou "de forma convincente" as denúncias e que Pimentel não ocupava cargo público na época em que prestou consultoria.
Para Costa, seria mais pertinente que a Câmara Municipal de Vereadores de Belo Horizonte ouvisse Pimentel para saber se houve, entre as contratantes, empresas que prestavam serviço para a Prefeitura.
Na quarta passada (7), o jornal "Folha de S.Paulo" informou que uma empresa atendida pela consultoria manteve contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte quando Pimentel era prefeito.
"No máximo caberia, talvez, a Câmara de Vereadores convocar o ministro por algumas dessas empresas terem prestação de serviço com a Prefeitura de Belo Horizonte. Aqui é só mais tentativa de embate político da oposição", disse.
O senador Aníbal Diniz (PT-AC) pediu à oposição que solicite investigação ao Ministério Público e à Polícia Federal para que a comissão não se torne uma "delegacia".  "Se todas as vezes que saem essas denúncias na imprensa vamos convocar ministro, a sensação que dá é que nossa comissão pode se transformar numa espécie de delegacia de polícia", disse.

Denúncias
No começo de dezembro, reportagem do jornal "O Globo" apontou que Pimentel recebeu R$ 2 milhões com sua empresa P-21 Consultoria e Projetos Ltda., entre 2009 e 2010, após deixar o cargo de prefeito de Belo Horizonte e antes de assumir vaga no ministério de Dilma.

Segundo o jornal, um dos clientes foi a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para o trabalho de "consultoria econômica e em sustentabilidade". Dirigentes da federação, que, segundo “O Globo”, pagou R$ 1 milhão pelo trabalho, disseram ao jornal desconhecer o trabalho realizado por Pimentel. Outro cliente, a construtora mineira Convap, teria pago R$ 514 mil pela consultoria.

Em outra reportagem publicada dias depois, "O Globo" cita outro contrato em que o ministro teria recebido R$ 400 mil de empresa pertencente ao filho de um sócio de Pimentel em sua consultoria. Depois, o jornal "Folha de S.Paulo" informou que esta empresa manteve contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte quando Pimentel era prefeito
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